A maioria dos países africanos tem vindo a aumentar a disponibilidade de cuidados de saúde sexual e reprodutiva nestas últimas décadas, mas muitas pessoas ainda continuam sem acesso a esses serviços essenciais. Esta ficha informativa apresenta evidência, válida em 2019, da necessidade, impacto e custo de um investimento integral em cuidados de aborto seguro e pós-aborto para as mulheres de 15 a 49 anos de idade, em 53 estados membros da União Africana.
Para proteger os direitos reprodutivos das mulheres, o Artigo 14.o (2) (c) do Protocolo de Maputo exorta os estados signatários a assegurarem que cada mulher tenha possibilidade de obter serviços de aborto caso a continuação da gravidez constitua uma ameaça para a sua vida ou saúde física ou mental, ou em casos de violação, incesto ou anomalia fetal grave. Esta ficha informativa contém informação que apoia a necessidade destas disposições.
Necessidade não satisfeita de serviços
- Dos 11,1 milhões de abortos que ocorrem por ano em África, 8,3 milhões (cerca de três quartos) são inseguros, o que significa que são executados por um método não recomendado ou por um prestador sem formação, ou ambos.
- O número de abortos inseguros é particularmente elevado nas sub-regiões definidas pelas Nações Unidas como África Central e Ocidental, onde pelo menos 85% dos abortos se classificam como inseguros.